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domingo, 20 de dezembro de 2009

O DESCANSO E A RESTAURAÇÃO


“No sétimo dia (sábado) Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia, descansou. Abençoou Deus o sétimo dia (sábado) e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” Gn. 2.-3.

Concluído = cessar, acabar = Halach
Santificou = dedicou, separou
Descansou = cessou, parou
Dia, no hebraico “Yown” que significa também tempo.

Sabemos que a palavra “dia” utilizada na transliteração da Torah do hebraico para o português não tem como significado literal a palavra “dia” e sim “tempo” (Yown).
Podemos então concluir que o universo não foi criado em apenas uma semana de sete dias, mas sim em sete tempos, eras, ou milénios. (Sl. 90.4; Gn. 4.3) (dia aqui no mesmo contexto de Yown). E podemos observar uma tremenda revelação do Senhor nesse texto: A revelação da palavra de Deus nos é dada com a finalidade de descortinar os nossos olhos. Não os olhos naturais, mas sim os olhos espirituais (I Co. 2.12-16). Porque segundo o apostolo Paulo os olhos naturais não podem discernir as coisas espirituais. Sabemos também que os olhos representam nossa visão, nosso entendimento, nossa mentalidade diante da revelação da palavra de Deus, por isso o apostolo Paulo ora pelos discípulos de Yeshua que estavam em Éfeso rogando para que os olhos do coração deles (entendimento) fossem abertos para poderem compreender a revelação de Deus (Ef. 1.18-19).
Já que entendemos que a palavra dia utilizada para dividir as etapas da criação do universo significa originalmente: tempo, era ou milénio. Iremos avançar nossa revelação com a compreensão de que cada dia descrito na palavra significa um tempo de propósito determinado por Deus para cada etapa da criação. Partindo desta compreensão percebemos que ao final de seis dias ou seis tempos de propósitos, Deus termina as obras de suas mãos avaliando que tudo o que havia feito, e tudo que havia era muito bom (Gn. 1.31).
No sétimo dia o homem que Deus havia criado a sua imagem e semelhança (segundo o seu próprio Espírito, Ruach Hakodesh Gn. 1.24; Jo. 4.24), depois de Deus manifestado toda a ordem no Éden, este homem seria o centro do Éden. Este homem teria autoridade para dominar sobre a criação (Gn. 1.28), esta autoridade seria dada por Deus. Então, Deus cria o mundo em 5 dias e no 6º dia Ele cria o homem, lhe dá autoridade e declara que tudo era muito bom! (Gn 1.31). Finalmente, Ele descansa no 7º dia (Gn. 2. 1-3).
O processo é lógico, Deus criou o homem para descansar com Ele nesse 7º dia (tempo), na verdade este sétimo dia (tempo) seria eterno, nunca deveria cessar, Deus cria um mundo em ordem, para estabelecer o homem em um paraíso de perfeição utópica e finalmente para descansar com Ele. Na verdade nunca haveria uma “segunda-feira” ou um ciclo de 7 dias para o homem. Esse tempo chamado “Shabbat” ou sábado deveria ser eterno, onde o homem estaria usando a autoridade e o poder criativo dado por Deus (Rei) e desfrutaria de relacionamento pleno e continuo com o Deus criador (Sacerdote). Deus não criou o homem originalmente para labutar ou trabalhar, antes para reinar, dominar e descansar com a criação.
Esse tempo chamado “Shabbat” é um símbolo de plenitude, de perfeição sem limites, de comunhão harmonia da criatura com seu criador. Onde o pecado é inexistente, onde a submissão do homem ao seu Deus é precisa e a autoridade do homem sobre a criação é absoluta.
Quando o homem pecou (Gn. 3. 1-24), ele renunciou o tempo do propósito que Deus havia providenciado para que o homem vivesse como rei e sacerdote e desfrutasse do relacionamento pleno com o criador, as conseqüências por causa da rebelião do homem foram serissimas. Agora vitima do afastamento de Deus o homem se vê completamente alienado do eterno tempo do propósito de descanso proposto por seu criador. Por essa razão Deus disse: (Gn. 3.17-19) “E ao homem declarou: Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará.”
Aqui o homem perde seu acesso ao descanso de Deus, se vê excluído deste 7º dia eterno, onde um homem eterno poderia viver com seu criador em perfeita harmonia. Agora não! Agora ele é vitima de sua própria desobediência, escravo de seu próprio esforço e vitima da morte.
Deus criou o homem para: dominar a criação, ter vida eterna, desfrutar da criação e descansar. Com o pecado o homem é vitima da criação – produz abrolhos (3.18) – amaldiçoa a terra, trabalha para adquirir o sustento e perde a vida eterna – “até que tornes a terra” (v. 19).
A bíblia vem profetizando desde o inicio este descanso. Ele não era só semanal, era também anual, como ano sabático, a cada 7 anos havia descanso da terra.
Vejamos este texto: “no sétimo ano a terra terá o seu descanso... (Lc. 21.5-4). se conectarmos este texto com o texto de Gn. 3.17;... E a terra é maldita por sua causa...” entendemos perfeitamente o motivo deste descanso da terra no sétimo ano. Existe uma revelação original do homem com sua matéria prima – a terra em hebraico é ADAMÁ.
O descanso da terra era um sinal que conectava o dia em que a terra desfrutava do Shabat, apontando para um dia em que a terra desfrutará do descanso. Pois, se tornará maldita por causa do pecado, porem existe uma promessa de restauração e redenção para a criação ou a terra:
“A ardente expectativa da criação, aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação esta sujeita a vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos
filhos de Deus”.
(Rm. 8. 19-21)

A criação é uma vitima do pecado, ela mesma aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois ela está sujeita a banalidade (vaidade ou nulidade, no grego mataióteti) não por escolha mas, por causa do homem, conforme as próprias palavras de Deus a Adão.
E o homem também espera por esta redenção, que já nos foi dada por intermédio de Yeshua. (Rm 8. 22-25).

“ Sabemos que, até agora, toda criação geme, como se sentisse dores de parto;
E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente enquanto continuamos esperando com ardor para sermos feitos filhos – isto é, termos o corpo redimido e libertado. Nessa esperança fomos salvos. Contudo, se vemos o que esperamos, não se trata de esperança – afinal, quem espera por aquilo que se vê? Mas, se continuamos a esperar pelo que não vemos, então, aguardamos ansiosamente por isso, e com perseverança.” (NTJ)


Mas nos resta entrar nesse descanso, onde descobrimos nossa origem natural em Deus que Espírito e nos redime para viver em seu descanso novamente (shabbat). (Hb 4. 1-11).

“Portanto, horrorizemo-nos com a possibilidade de que, a promessa de entrar no descanso permaneça, qualquer de vocês passa a ser julgado por não ter alcançado o objetivo; porque as boas novas também foram anunciadas a nós, tanto quanto a eles. Mas a mensagem que eles ouviram não lhes fez nenhum bem, pois os que ouviram não fizeram acompanhar de confiança. Pois nós, os que cremos, entramos no descanso.
Como foi dito:
“Na minha ira, jurei que não entrarão no meu descanso.”
Ele fez esse juramento ainda que suas obras existissem desde a criação do Universo. Porque há uma passagem em que se diz a respeito do sétimo dia:
“ E Deus descansou no sétimo dia de todas as suas obras.”
E, outra vez, nosso texto diz:
“ Não entrarão no meu descanso.”
Portanto como falta a entrada de alguns nele, e os que receberam anteriormente as boas novas não entraram, ele estabeleceu outra vez um certo dia, hoje, dizendo por intermédio de David, no texto citado:
“Hoje, se vocês ouvirem a voz de Deus, não endureçam o coração.”
Porque , se Yeshua lhes tivesse dado descanso, Deus não teria falado posteriormente sobre outro dia.
Dessa forma, permanece uma guarda do shabbat para o povo de Deus; pois quem entrou no descanso de Deus também descansou das suas obras, como Deus fez com as dele. Portanto, façamos o melhor para entrar nesse descanso, para que ninguém falhe por causa do mesmo tipo de desobediência.” (NTJ)

É tempo de restauração! (Atos 3.21)
É tempo da manifestação dos filhos de Deus (Rm. 8.21)
É tempo de levantar Reis e sarcedotes que compreendem esta revelação, para entrar num tempo de cumprimento de propósitos da parte de Deus para restaurar todas as coisas aos seus filhos.
Por isto, em Apocalipse 21 vemos a imagem gloriosa de uma nova Jerusalém descendo do céu, preparada para os redimidos. Um Éden preparado por Deus, um 7º dia eterno, onde finalmente a criação se alegrará com o seu Criador pela eternidade. Pois mesmo nestes novos céus e terras, na verdade céus e terras renovados, celebraremos então o tempo do descanso eterno ao lado do Criador.

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